Margarida Di
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
AS NOITES
as noites cada vez mais frias
e sem qualquer estrela que brilhe
no cinzento céu
a lua, na minha visão microscópica , fez um buraco
e na terra se escondeu
o vento preso nos vazios adormece
e já não produz brisa nas manhãs
as paredes ensurdecidas já não escutam segredos
e portas e janelas fecharam-se na escuridão de si mesmas
no peito de tantos,
os desejos febris enfeitam os caminhos desfeitos
lágrimas de chuva no telhado compõem a orquestra do silêncio
e o gato se aquece ao lado da lareira sem qualquer chama
ah, as noites!
sempre frias e remotas
sem lembranças!
Margarida Di
e sem qualquer estrela que brilhe
no cinzento céu
a lua, na minha visão microscópica , fez um buraco
e na terra se escondeu
o vento preso nos vazios adormece
e já não produz brisa nas manhãs
as paredes ensurdecidas já não escutam segredos
e portas e janelas fecharam-se na escuridão de si mesmas
no peito de tantos,
os desejos febris enfeitam os caminhos desfeitos
lágrimas de chuva no telhado compõem a orquestra do silêncio
e o gato se aquece ao lado da lareira sem qualquer chama
ah, as noites!
sempre frias e remotas
sem lembranças!
Margarida Di
PENSANDO
difícil ser
bússola sem direção
caminho sem rota
pedra ao longo da estrada
rua vazia●
difícil ser
chiado no peito
cálculos nos rins
remela no olho
afta no céu da boca
herpes nos lábios
cárie no dente
fratura exposta
perna quebrada
asas desfeitas
calos no pé●
difícil ser
parede sem porta
muro
janela cerrada
ponte sem ligação
elo desfeito
morte enquanto vida
lágrima
ausência
ninguém●
Margarida Di
bússola sem direção
caminho sem rota
pedra ao longo da estrada
rua vazia●
difícil ser
chiado no peito
cálculos nos rins
remela no olho
afta no céu da boca
herpes nos lábios
cárie no dente
fratura exposta
perna quebrada
asas desfeitas
calos no pé●
difícil ser
parede sem porta
muro
janela cerrada
ponte sem ligação
elo desfeito
morte enquanto vida
lágrima
ausência
ninguém●
Margarida Di
terça-feira, 11 de setembro de 2018
INEXISTÊNCIA
já não há setembro
nem primavera.
já não há flores se abrindo
nas manhãs
já não há pássaros
a caminhar nos céus
já não ouço o estridente canto das cigarras ao meio dia,
nos galhos desnudos da árvore que amei
perdi
a nostalgia dos ocasos
o sol que chora ao me ver sorrir
(como se fosse o último instante de nós)
perdi o colo e o afago
o campo e as sementes
tudo mudou no cenário do meu peito
já não há silêncio
só tumulto
e desesperanças
só deserto
Margarida Di
já não há setembro
nem primavera.
já não há flores se abrindo
nas manhãs
já não há pássaros
a caminhar nos céus
já não ouço o estridente canto das cigarras ao meio dia,
nos galhos desnudos da árvore que amei
perdi
a nostalgia dos ocasos
o sol que chora ao me ver sorrir
(como se fosse o último instante de nós)
perdi o colo e o afago
o campo e as sementes
tudo mudou no cenário do meu peito
já não há silêncio
só tumulto
e desesperanças
só deserto
Margarida Di
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
CIDADES
impactante a imagem de uma cidade que dorme
é um silêncio que punge...
em que cama se deitam
eu me pergunto
em que lençóis se aquecem
as sombras
os vultos?
só as lamparinas
vivem!
e o vento
em sussurros
se vai
em ecos
constantes
longe do burburinho, aquietam-se,
as cidades que dormem
talvez sonhem
são tantas as portas e janelas
fechadas!
o que guardam
o que dizem as paredes que em si se trancam
o que dizem as janelas que impedem o vento
e as portas de passagens não vistas
o que dizem os corações que dormem
no silêncio?!
Margarida Di
é um silêncio que punge...
em que cama se deitam
eu me pergunto
em que lençóis se aquecem
as sombras
os vultos?
só as lamparinas
vivem!
e o vento
em sussurros
se vai
em ecos
constantes
longe do burburinho, aquietam-se,
as cidades que dormem
talvez sonhem
são tantas as portas e janelas
fechadas!
o que guardam
o que dizem as paredes que em si se trancam
o que dizem as janelas que impedem o vento
e as portas de passagens não vistas
o que dizem os corações que dormem
no silêncio?!
Margarida Di
segunda-feira, 23 de julho de 2018
a ti pertence
/
são teus os meus desejos
a estrada percorrida
os sussurros, as noites insones
as lembranças, a memória desfeita
são teus os toques que me despertam
o dedilhar de uma pele, a morte de instantes
são teus a sinfônica, cântico de anjos ou demônios que me atormentam
são teus os delírios, a travessia causticante do deserto,
a turbulência do mar, o desvio dos rios
são teus todos os silêncios
são teus todos os momentos
Margarida Di
/
são teus os meus desejos
a estrada percorrida
os sussurros, as noites insones
as lembranças, a memória desfeita
são teus os toques que me despertam
o dedilhar de uma pele, a morte de instantes
são teus a sinfônica, cântico de anjos ou demônios que me atormentam
são teus os delírios, a travessia causticante do deserto,
a turbulência do mar, o desvio dos rios
são teus todos os silêncios
são teus todos os momentos
Margarida Di
TOCAR um pássaro
tocar um pássaro, é privilégio de poucos.
imagine um pássaro pousar em tua mão...
ele te escolheu
mas se não és receptivo ou afável,
ele parte e nunca mais volta.
mesmo vendo os vazios, as fissuras, as crateras existentes ele não se retrai.
porque pássaro não entende de "erosões" ele entende de infinito e de leveza.
Margarida Di
tocar um pássaro, é privilégio de poucos.
imagine um pássaro pousar em tua mão...
ele te escolheu
mas se não és receptivo ou afável,
ele parte e nunca mais volta.
mesmo vendo os vazios, as fissuras, as crateras existentes ele não se retrai.
porque pássaro não entende de "erosões" ele entende de infinito e de leveza.
Margarida Di
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