terça-feira, 11 de setembro de 2018

INEXISTÊNCIA

já não há setembro
nem primavera.
já não há flores se abrindo 
nas manhãs
já não há pássaros
a caminhar nos céus
já não ouço o estridente canto das cigarras ao meio dia, 

nos galhos desnudos da árvore que amei
perdi
a nostalgia dos ocasos
o sol que chora ao me ver sorrir
(como se fosse o último instante de nós)
perdi o colo e o afago
o campo e as sementes
tudo mudou no cenário do meu peito
já não há silêncio
só tumulto
e desesperanças
só deserto
Margarida Di

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