AS NOITES
as noites cada vez mais frias
e sem qualquer estrela que brilhe
no cinzento céu
a lua, na minha visão microscópica , fez um buraco
e na terra se escondeu
o vento preso nos vazios adormece
e já não produz brisa nas manhãs
as paredes ensurdecidas já não escutam segredos
e portas e janelas fecharam-se na escuridão de si mesmas
no peito de tantos,
os desejos febris enfeitam os caminhos desfeitos
lágrimas de chuva no telhado compõem a orquestra do silêncio
e o gato se aquece ao lado da lareira sem qualquer chama
ah, as noites!
sempre frias e remotas
sem lembranças!
Margarida Di
e sem qualquer estrela que brilhe
no cinzento céu
a lua, na minha visão microscópica , fez um buraco
e na terra se escondeu
o vento preso nos vazios adormece
e já não produz brisa nas manhãs
as paredes ensurdecidas já não escutam segredos
e portas e janelas fecharam-se na escuridão de si mesmas
no peito de tantos,
os desejos febris enfeitam os caminhos desfeitos
lágrimas de chuva no telhado compõem a orquestra do silêncio
e o gato se aquece ao lado da lareira sem qualquer chama
ah, as noites!
sempre frias e remotas
sem lembranças!
Margarida Di